Dólar fecha estável em meio a tensão no Oriente, e tem queda de 0,50% na semana
O dólar perdeu força no mercado local ao longo da tarde e fechou praticamente estável nesta sexta-feira (13), a R$ 5,5417, queda de 0,02% em relação à véspera, depois da máxima chegando a R$ 5,60.

A moeda norte-americana encerrou a semana com queda de 0,50%, o que leva as perdas acumuladas no mês a 3,11%. Em 2025, o dólar tem até agora desvalorização de 10,33% em relação ao real, que tem o melhor desempenho nesse período entre as moedas latino-americanas.
A depreciação da divisa ao longo do dia foi embalada pela valorização adicional do petróleo e a escalada dos atritos no Oriente Médio. O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, afirma que a esticada mais forte do dólar pela manhã foi uma reação natural às incertezas provocadas pelo ataque de Israel ao Irã. “Em seguida, o mercado deu uma acalmada, corrigindo parte dos excessos. Tecnicamente, o avanço do petróleo tende a trazer um pouco mais de capital para o Brasil, e o real pode ter surfado isso”, afirma Velloni.
O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, afirma que o real pode até se apreciar, caso haja uma grande aversão ao risco em relação aos EUA, mas a moeda brasileira pode desvalorizar em função da taxa Selic de 14,75%, que pode chegar a 15%, caso o Banco Central eleva a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual na próxima semana. “Ninguém aguenta sustentar uma posição com um custo de carregamento desse tamanho”, ele afirma.
Dólar se recupera no mercado internacional após conflitos no Oriente Médio
O dólar operou em alta nesta sexta-feira, 13, ante a maioria das moedas, com o ativo americano sendo buscado com refúgio diante do acirramento do conflito entre Israel e Irã. Os preços do petróleo dispararam e encerraram o dia com ganhos de mais de 7%. O índice DXY, termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, apresentou alta moderada e operou na casa dos 98,200 pontos, após máxima aos 98,586.
O conflito entre Israel e Irã seria considerado um episódio de aversão ao risco em relação à moeda norte-americana, mas os investidores não correram para buscar abrigo nas Treasuries. Pelo contrário, as vendas dos papéis fizeram as taxas subirem, em parte refletindo as preocupações com os impactos inflacionários provocados pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio.
Essa recuperação após os bombardeios pode ter efeitos limitados, tendo em vista que o dólar continua próximo do seu nível mais baixo em mais de três anos, avalia a Capital Economics. A consultoria pondera que seria necessário um dano significativo na infraestrutura de energia ou no trânsito do Estreito de Hormuz para que os preços de energia subam de modo substancial, por exemplo.
Com Estadão Conteúdo