Dólar recua no fim do dia e fecha semana em queda, a R$ 5,6470
O dólar teve mais um dia de forte oscilação positiva frente ao real durante a maior parte do pregão, mas acabou fechando em queda de 0,25% em relação à véspera, a R$ 5,6470, pouco acima da mínima do dia, depois de chegar a ser cotado acima de R$ 5,74. A moeda dos EUA termina a semana com perdas de 0,40%, o que leva o recuo acumulado em maio a 0,52%. No ano, o dólar perde 8,63%.

O desconforto com o anúncio de mudança nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), realizado na noite de na quinta-feira (22), continuou impactando o mercado de câmbio de forma negativa para o real, num dia em que o dólar patinou globalmente. O sentido da moeda não mudou mesmo que parte das medidas tenha sido revertida posteriormente.
O aumento do imposto acabou do IOF ofuscou até mesmo a reação positiva ao congelamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025, acima do esperado pelo mercado.
O head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, afirma que a comunicação do governo foi ruim, até porque as informações sobre as mudanças no IOF vazaram antes do anúncio forma, mas não enxerga um estresse no mercado de câmbio, a não ser que haja novas medidas que taxação a investimentos internacionais.
“Houve uma puxada no dólar mais pelo susto, mas o mercado deve se acalmar e se adaptar às novas regras. Não dá para dizer que é um estresse”, afirma Weigt.
Durante o dia, medidas e ameaças protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à União Europeia (alíquota de 50% a partir de junho) e à Apple ajudaram a reduzir a força da moeda norte-americana. Ao longo da tarde, com ajustes intraday e aprofundamento da queda da divisa lá fora, o dólar foi perdendo força, até que virou para o campo negativo.
Dólar reverte tendência global e volta a se valorizar
O dólar voltou a se desvalorizar frente às principais moedas globais nesta sexta-feira, depois de encerrar uma sequência de três quedas consecutivas na véspera. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,85%, a 99,112 pontos.
A moeda segue pressionada por preocupações renovadas sobre a política tarifária de Trump e por receios persistentes sobre a situação fiscal dos Estados Unidos. Na manhã desta sexta-feira, Trump afirmou que “tem sido muito difícil lidar” com a União Europeia e que as negociações com o bloco “não estão indo a lugar nenhum”. Disse ainda que a tarifa ideal para a importação de produtos do bloco é de 50%.
As negociações comerciais do país com a UE, a China, o Japão e a Coreia do Sul parecem estar em um ime, dizem em nota os analistas da Monex Europe. Embora os fundamentos ainda favoreçam o dólar, os mercados têm sido lentos em adotar uma visão mais positiva sobre a moeda, afirma a empresa.
Com Estadão Conteúdo